Dizem que nunca é tarde demais para recomeçar e Roseli Alves da Silva é prova disso. Aos 68 anos, o aposentado terminou o ensino médio no Educar Sesc do município de Iguatu, no Ceará, em uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA), em agosto, e se prepara para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
'Eu gostaria de ser engenheiro agrônomo ou matemático. A educação melhorou muito a minha vida, me transformou', contou ao g1.
Roseli tem um problema na visão desde a infância e por isso não enxerga. Desde que começou a estudar, aos 60 anos, precisou contar com professores e monitores preparados. Hoje, o estudante lê e escreve em braille, sistema de escrita utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e também de forma manual.
O homem, que trabalhava com floricultura, explica como surgiu a vontade de começar a estudar:
'O Dauyzio (filho dele) sempre me dava a ideia, mas eu não levava a sério. Então, as professoras Carla e Zulene vieram aqui e me incentivaram a estudar. Já fui pronto para aprender a andar só, porque só andava com auxílio de outra pessoa. Comecei a estudar, gostando mesmo. Fui para aprender. Comecei do zero'.
As primeiras palavras de Roseli foram nomes de municípios e animais ou 'o que vinha na cabeça', como disse o estudante. Adora estudar Conhecimentos Gerais e escreve ao menos uma redação por dia. Usa também aulas em vídeos como forma de aprimorar o que aprende com sua monitora.
Foram oito anos até a formatura. Orgulhoso, o filho participou do momento e entregou o canudo de formatura ao pai.
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